CASES, CAUSOS E ALGUMAS REFERÊNCIAS.
O arquiteto é aquele ser capaz de transformar desejos e sentimentos em obras primas, mas clientes não aparecem do nada, não é? É preciso um portfólio e um trabalho efetivo de posicionamento e divulgação, afinal segundo dados do CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, a profissão de arquiteto e urbanista cresce cada vez mais. Em 2016 o número de profissionais cresceu 36% com relação à última pesquisa em 2012. O que isso quer dizer? Que sim, existe espaço para todos, no entanto é preciso se especializar, destacar seu trabalho e mostrar às pessoas seus diferenciais.
A notícia boa é que, embora a maioria dos profissionais esteja concentrado na região sudeste, a região sul é a que mais trabalha, quase 38% dos projetos do Brasil foram concretizados aqui. Consegue sentir? É o cheiro da oportunidade chegando.
Para entender melhor os processos, perrengues, sucessos e insucessos da vida de um arquiteto, conversamos com um estudante de arquitetura e um arquiteto já formado para chegar às seguintes conclusões:
A paixão inevitavelmente acontece nos primeiros dias de aula na faculdade. Você quer ser capaz de construir tudo que os professores dizem que existe e mais, você desenvolve logo no início um desejo imenso em criar algo seu, algo que ainda não exista, algo com a sua cara e isso te motiva.
Mas aí ele aparece. O fantasma da primeira noite sem dormir chega e você começa a questionar sua própria escolha, você vê estudantes de outros cursos e ninguém parece ter tantas olheiras quanto você e isso te revolta. Com o passar dos meses o fantasma torna-se seu amigo e vocês tomam longas doses de café quente juntos enquanto discutem se seria melhor instalar uma janela nesta ou naquela parede.
Quando você se dá conta já se acostumou a andar carregado, com bolsas, pastas enormes e maquetes, e também desenvolveu uma habilidade incrível em consertá-las quando vítimas de acidentes no percurso casa – ônibus – faculdade.
Você percebe que os professores são seus piores clientes, pedem que você faça um ajuste aqui, outro ali, e no dia seguinte aquele pequeno ajuste não é mais a solução e sim o problema. Você enche o peito, respira fundo e grita para si mesmo: “Soldado, recuar à prancheta de desenhos, já!”
E como a escola imita a vida você se forma e vai para o mercado de trabalho. Passou talvez por alguns estágios, adquiriu um pouco de experiência aqui, um pouco acolá e você está pronto para desbravar seu próprio universo criativo. Até o primeiro “cliente-professor” aparecer. Com ele você aprende a dividir seus talentos e ideias e percebe que só vai se sentir pleno e feliz se ele também estiver. Você então se dá conta de que sua felicidade depende da felicidade de outra pessoa, às vezes um completo estranho, com opiniões diferentes, que não entende nada de arquitetura, mas que confiou o sonho dele a você.
É nessa confiança que a magia acontece. Aos poucos o estranho se torna familiar e você se surpreende com sua própria capacidade em unir duas imaginações distintas e criar uma só em perfeita harmonia.
Você enxerga beleza no requintado e no simples, no antigo e no novo e percebe que realização significa passar os dias em meio a esquadros, poeira de construção, maquetes e uma coleção ilimitada de lápis de cor.
Perceba que os clientes não chegam do nada, você precisa ser visto e compreendido como realmente é e esta tarefa nem sempre é fácil. Existe o que chamamos de ruído instalado entre quem envia a mensagem e quem recebe, por isso é preciso tomar muito cuidado com a maneira como você se comunica, pois o receptor pode receber a mensagem de maneira equívoca, porque este ruído que falamos confunde o sentido real da mensagem.
Pergunte a si mesmo como as pessoas veem você. Esta imagem é satisfatória ou você gostaria que vissem você diferente? Esta regra vale tanto para sua própria forma de ser visto como pessoa quanto como profissional, seu trabalho está envolvido nesta construção de imagem. Você dá o seu melhor sempre? Ótimo! Meio caminho andado.
Como você faz para divulgar seu trabalho? As pessoas conhecem os detalhes e a densidade criativa de seus projetos? Então você precisa mostrar a elas. Faça-as se apaixonar pelo processo, pelos pormenores, pelos pontinhos minuciosos e seus porquês. Faça elas confiarem na qualidade do seu trabalho sem nem mesmo tê-lo conhecido pessoalmente. Com um bom posicionamento é possível construir tudo isso.
Você viu que do offline ao online você precisa existir para fazer todo o esforço de sua formação e dedicação valer a pena, e precisando de uma ajuda inteligente, conte com a gente 😉